Inadimplentes ficarão de fora do sistema financeiro com o Open Finance?

Finanças 11 de Jan de 2023

Como o Open Finance vai apoiar a população endividada por meio de uma concessão de crédito mais justa?

O Open Finance está completando dois anos no Brasil. Com um conjunto de regulamentações e tecnologia que torna possível o compartilhamento de dados, perante consentimento do usuário, entre instituições financeiras, de modo a tornar possível um ambiente mais competitivo, o ecossistema já está trazendo ao mercado ofertas mais contextuais aos usuários.

Mas o que muda para a população endividada?

Essa pergunta se torna ainda mais importante quando percebemos que no Brasil, segundo dados da última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), cerca de 79% dos brasileiros dizem estar inadimplentes.

Por aqui, ter nome sujo é sinônimo de ser um mau pagador. Os scores de crédito e birôs, utilizados para análise e concessão de crédito e empréstimos, por vezes não correspondem à realidade do consumidor, que tende a não ter seu pedido solicitado. Com o Open Finance, especialistas apontam que esse cenário tende a se flexibilizar.

É como se, antes, a observação e análise da vida financeira do solicitante fosse realizada por meio de uma foto antiga, em preto e branco. Com o Open Finance, temos uma imagem em 4K, em cores.

Na prática, o que isso significa?

Por meio do novo sistema do Banco Central (Bacen), o usuário concede o compartilhamento de seus dados financeiros entre bancos. Na prática, se você tem conta em um Banco A, mas quer pedir um empréstimo no Banco B, pois as condições são melhores e com menores taxas e juros, você concede seus dados, define o prazo com que a instituição poderá tê-los e também quais dados compartilhará, tudo de acordo com a LGPD.

Com seus dados, a instituição pode realizar uma análise muito mais assertiva, pois entende seu comportamento em tempo real.

Portanto, a expectativa é que o Open Finance amplie a concessão de crédito para quem tem o nome sujo, embora isso não signifique uma carta branca para inadimplir.

Portanto, o Open Finance não vai excluir inadimplentes do ecossistema financeiro, mas dar a eles oportunidades para se livrarem de suas dívidas de forma mais justa e democrática, entendendo sua realidade financeira e de fato promovendo produtos mais adequados a ela.

Autoria:Bruno Loiola é cofundador e responsável pelo crescimento da Pluggy, fintech de infraestrutura de Open Finance no Brasil. Ele atua com Open Banking desde 2016 na Europa com a expansão das fintechs Salt Edge (UK), uma das maiores provedoras de tecnologia para Open Banking na Europa e Moven (EUA), fintech de gestão financeira pessoal e smart banking. É formado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de São Carlos e possui um MBA na IE Business School de Madri, na Espanha.





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