Qual o valor do Open Finance para varejistas?

No mercado financeiro, muito se fala sobre o Open Finance. Ele está transformando a forma com a qual se analisa a concessão de crédito, o controle financeiro de empresas e pessoas físicas e até mesmo tornando os bancos mais preocupados com a experiência do cliente.

Para além do setor financeiro, os varejistas podem em muito se beneficiar do Open Finance, seja por meio dos produtos e serviços diferenciados que ele promove ou das inovações que ele está trazendo ao ecossistema de pagamentos.


Novas e mais simples formas de pagar e receber


A Agenda BC+, do Banco Central, instituiu o Pix e o Open Finance como as iniciativas de uma proposta mais abrangente, que pretende democratizar o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

O Pix se tornou o queridinho dos brasileiros em muito pouco tempo. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), já foram mais de 26 bilhões de transações desde o seu lançamento.

Desde sua implementação, muitas funcionalidades surgiram, como:

  • Pix saque: A funcionalidade permite que o consumidor saque o dinheiro realizando um Pix no mesmo valor para o estabelecimento. O comércio não é obrigado a participar da modalidade, mas pode ganhar entre R$ 0,25 e R$ 0,95 a cada saque realizado;
  • Pix troco: No mesmo sentido do anterior, o Pix troco permite que o consumidor pague por suas compras via Pix ao estabelecimento e receba o valor excedente em dinheiro;
  • Pix cobrança: Como o próprio nome já diz, é a realização de uma cobrança por meio do Pix. Além do valor, é possível incluir data de vencimento, juros, descontos e multas, além de identificadores que permitem o controle de estoque;
  • Pix garantido: Por meio da modalidade, os clientes poderão parcelar suas compras, como em um cartão de crédito. O nome é dado devido à garantia concedida ao vendedor em receber o valor da compra.

Extra: Pix vai se tornar internacional?

O sucesso foi tanto que já tem países querendo fazer igual. Por isso, o Banco Central divulgou no final de 2022 que vai liberar os protocolos do Pix para que outros países possam construir suas próprias infraestruturas de pagamentos instantâneos.


A forma com que fazemos e recebemos pagamentos internacionais também está prestes a mudar.


VRP: o melhor dos mundos do débito automático e Débito Direto Autorizado



Os pagamentos recorrentes variáveis (conhecidos como VRP) são uma tendência do Reino Unido que em breve deve chegar ao Brasil. No VRP, empresas poderão receber pagamentos de valores variáveis de clientes de forma recorrente, sem ter que obter uma nova permissão a cada pagamento. Na prática, o cliente compreende todo processo e valores e autoriza uma única vez.



Crédito mais justo para empreendedores



Outro ponto interessante para varejistas é uma análise de crédito mais justa e consistente por meio do Open Finance. Com acesso aos dados financeiros dos usuários em tempo real, a competitividade entre bancos tradicionais, fintechs e outras instituições financeiras aumenta.

Pense assim: Antes, se você solicitasse um crédito, apenas o banco no qual você tinha conta poderia ter acessos aos seus dados de modo a realizar uma análise. Com o Open Finance, isso muda completamente, com os usuários podendo compartilhar suas informações com outras instituições, o que faz com que possa adquirir um crédito mais justo. E isso é benéfico tanto para o tomador quanto para o concessor de crédito.


Varejistas podem passar a atuar como banco


Quando falamos sobre varejistas, esses são comerciantes que estão em contato direto com seus clientes quase que diariamente. Por isso, já contam com sua confiança e tem credibilidade no mercado. Com a abertura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), torna-se possível que essas empresas ofereçam produtos do segmento financeiro, como crédito, financiamento ou parcelamento, o que estimula o consumo.

Esse movimento é conhecido como Embedded Finance (em português, finanças embutidas), e ele será impulsionado pelo Open Finance.

São muitas as possibilidades. E com certeza o setor varejista será transformado pela disrupção do mercado financeiro.


Autoria: Bruno Loiola

Bruno Loiola é cofundador e responsável pelo crescimento da Pluggy, fintech de infraestrutura de Open Finance no Brasil, parceira da W1.